sexta-feira, 25 de agosto de 2017

CONVERSÃO PARA CRISTO SEMPRE É BOM

| Categoria: Testemunhos

Jovem agnóstico se converte à Igreja Católica através da arte sacra

"Depois de copiar as pinturas de Rafael e de Fra Angelico, descobri que o que fazia bonitas aquelas obras não era simplesmente a técnica, mas a espiritualidade por trás delas."

O Papa Bento XVI ensinou, certa feita, que "uma obra de arte pode abrir os olhos da mente e do coração, impelindo-nos rumo ao alto". Foi justamente o que aconteceu com Osamu Tanimoto. Filho de um engenheiro elétrico e de uma dona de casa, esse artista japonês descobriu a Fé enquanto estudava as obras clássicas do Renascimento, em Florença – e se tornou parte de um movimento global de artistas que estão redescobrindo a Igreja Católica.
Confira a seguir trechos de uma entrevista exclusiva concedida por esse jovem pintor ao site Regina Magazine.

O primeiro contato com a arte

Osamu, conte-nos sobre a sua vida no Japão e sobre a relação da sua família com as artes.
Fui criado em Tóquio, o caçula de três irmãos. Meu pai era professor de engenharia elétrica e minha mãe, dona de casa. Meu irmão mais velho é consultor e o outro trabalha em um banco. Minha família não tinha nada a ver com artes. Meu pai, principalmente, não entendia por que eu perdia meu tempo com isso... Era a impressão que ele tinha, até um dia ele perceber que as artes valiam a pena. Não posso culpá-lo por nada, porque toda a arte contemporânea confunde as pessoas e faz com que elas questionem se, afinal, os artistas não são apenas pessoas "fora da caixa" sem qualquer habilidade ou virtude. Eles não parecem pessoas à procura da verdade e da beleza.
Ainda que desde jovem eu fosse sempre entusiasmado com a arte, estudei educação na Universidade de Waseda, em Tóquio, para fazer a vontade do meu pai, que não queria que eu seguisse a carreira de artista.
Depois, mudei-me para a Temple University, para tentar estudar fora e seguir seriamente a profissão artística. Lá, encontrei meu primeiro professor de pintura a longo prazo, Walderedo, que retratou as florestas amazônicas e os americanos nativos. Comecei a reproduzir obras-primas, com as mesmas técnicas que eram utilizadas antigamente, como o afresco, a têmpera de ovo, a ponta de prata etc. No mesmo ano, entrei na nova Academia Russa de Arte, em Florença, para estudar desenho, pintura e composição. Fui treinado na tradição acadêmica russa e graduei-me em 2014 com o meu trabalho de conclusão The Return of the Prodigal Son ("O Retorno do Filho Pródigo"). Hoje, trabalho como professor na Escola de Arte Sacra, desde 2013.

O primeiro contato com a Fé

Vim a Florença atraído pela harmonia das obras renascentistas. Depois de copiar as pinturas de Rafael e de Fra Angelico, descobri que o que fazia bonitas aquelas obras não era simplesmente a técnica, mas a espiritualidade por trás delas.
Aqui, tive a graça de conhecer o escultor irlandês Dony MacManus, que depois se tornou meu padrinho. Foi ele quem me introduziu na história de Jesus Cristo, o homem que era Deus – não como um pregador, mas como um amigo. Muitas coisas que Jesus dizia eram surpreendentes e controversas, e o que a Igreja ensinava me parecia ir contra a corrente. Mas, do fundo do meu coração, eu via que essas coisas estavam certas.

A que você se refere?

Refiro-me a como a Igreja enxerga a relação entre o homem e a mulher no contexto do matrimônio, a como a razão e a fé dão as mãos uma à outra e caminham juntas. O que mais me impressionou e inquietou foi o mistério da Ressurreição. O fato de que qualquer sofrimento valeria a pena e, levado com fé, não deveria apagar a minha esperança, virou todo o meu mundo de ponta cabeça.
No Japão, eu era completamente alheio ao cristianismo. A religião cristã não é algo grande em meu país e, além disso, a sociedade é muito secularizada. Em Tóquio, por exemplo, as pessoas simplesmente nunca ouviram falar de Jesus Cristo. De alguma forma, isso me ajudou, porque, pelo menos, eu não tinha nada contra a Igreja quando escolhi (ou fui escolhido para) ser batizado.

Como a sua família reagiu à sua conversão?

Embora meus familiares não sejam religiosos – provavelmente têm alguma influência cultural do budismo e do xintoísmo –, eles respeitaram bem a minha escolha de conversão. O fato de minha tia também ser uma convertida pode tê-los ajudado a entender a minha decisão. Hoje, sou feliz que eles vejam e se alegrem com minhas pinturas – especialmente "O Retorno do Filho Pródigo" –, ainda que não sejam cristãos.

A arte sacra como caminho de conversão

"The Return of the Prodigal Son", óleo sobre tela.

Para você, então, a arte foi um caminho para entender a doutrina cristã?

Sim. Todos aqueles corpos representados na arte sacra me ajudaram a entender o conceito de "Encarnação". Os corpos são templos do Espírito Santo (cf. 1 Cor 6, 19) e o mais belo e nobre projeto criado por Deus.
A Capela Sistina, de Michelangelo, só faz sentido porque celebra a beleza do corpo humano no seu contexto espiritual. É claro que, depois de minha conversão oficial, cinco anos atrás, minha conversão ainda continua. Agora, eu crio obras de arte imitando basicamente a Deus, e isso me faz amadurecer na fé, porque, quando eu pinto um tema religioso, eu rezo mais. Para mim, a virtuosidade na arte e na vida crescem lado a lado.
A arte sacra foi a minha porta de entrada nos mistérios da fé. Ela tocou o meu coração e elevou a minha alma com a sua harmonia. Por exemplo, a "Anunciação", de Pontormo, o modo como o anjo se aproxima, e a doçura da expressão, da postura e das cores de Maria... Dentro dessa linguagem natural das obras de arte, abre-se todo um mundo sobrenatural. Essas pinturas e esculturas, mais do que científicas, são espirituais.
Posso dizer que eu era como o analfabeto na Idade Média – geralmente, eu via as imagens do Evangelho primeiro e só depois lia a passagem e entendia a história. Provavelmente, por entender as coisas visualmente, a arte cristã desempenhou um papel maior em ajudar-me a conhecer os Evangelhos.

A arte sacra como profissão

Você diz que a sua vocação como artista é "traduzir o Evangelho para a arte de hoje". Quais cenas da Bíblia você tem interesse em pintar?

Quero pintar quantas eu conseguir, uma por uma. A ressurreição da filha de Jairo é um episódio importante para mim porque também é uma história de conversão. Jesus a ressuscitou dos mortos. Ele fez o milagre. Essa é exatamente a experiência que eu tive quando me converti e é essa a beleza que eu quero comunicar. Também há outras realidades envolvidas nessa cena, como a surpresa dos discípulos e a alegria dos seus pais...

Você parece ter gastado um bom tempo pensando nisso...

Para mim, também é importante comunicar a extraordinariedade do evento. É claro, os discípulos tinham confiado no que Jesus estava dizendo e fazendo, mas a reação deles deve ter sido extremamente humana, simples e espontânea. A alegria dos pais da menina deve ter sido o máximo. Vale a pena visualizar especialmente esses aspectos emocionais em torno de Jesus. Eu espero que eles falem ao homem de hoje, aos que querem "ver para crer", como o Apóstolo Tomé quis ver Jesus e tocá-Lo, antes de acreditar que a Sua ressurreição era verdadeira.

A vida como católico em Florença

Como você leva a sua vida hoje, sendo um católico expatriado em Florença?

Estou vivendo em Florença há seis anos e meio. A melhor parte é que há tantas igrejas na cidade, e tantas delas bonitas, que eu posso escolher a qual Missa ir e no horário que quiser.
Ainda que alguns florentinos pratiquem a fé e outros não, a maioria está culturalmente familiarizada com os valores da doutrina da Igreja no cotidiano, como a caridade, a hospitalidade etc. As pessoas estão acostumadas a compartilhar as coisas e isso é bonito. Ao mesmo tempo, a sociedade de Florença é construída em uma ordem hierárquica bem rígida e há uma mentalidade legalista fortemente presente. Apesar disso, de alguma forma, aqui eu me sinto em casa, por causa da minha conversão à Fé.
Toda vez que eu vejo o afresco de Vasari na cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore, eu me lembro do meu batismo. Sei que, na prática, essa não é a minha casa, sou um estrangeiro e sempre serei. Eu me pergunto, porém, onde era a casa de Jesus. Nazaré ou a casa do Seu Pai? Certamente, também lá é o meu lugar.

Fonte: Regina | Tradução e adaptação: Equipe CNP

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

CATÓLICO (OU CRISTÃO) NÃO PODE SER MAÇOM

 | Categoria: Doutrina

A verdadeira razão pela qual católicos não podem ser maçons

Três séculos após a fundação da primeira Grande Loja Maçônica, os princípios dessa instituição continuam frontalmente incompatíveis com a doutrina católica.
Por Ed Condon [*] — O antagonismo recíproco entre a Igreja Católica e a Maçonaria está bem firmado e é de longa data. Durante a maior parte dos últimos 300 anos, as duas instituições têm sido reconhecidas, mesmo pela mentalidade secular, como implacavelmente opostas uma à outra. Em décadas recentes, a animosidade entre elas tem-se apagado da consciência pública em grande medida, devido ao menor envolvimento direto da Igreja em assuntos civis e à derrocada dramática da Maçonaria, tanto em números quanto em importância. Mas, por ocasião dos 300 anos da Maçonaria, vale a pena rever o que sempre esteve no "núcleo" da absoluta oposição da Igreja a esse grupo. Aparentemente, a Maçonaria pode não passar de um clube esotérico masculino, mas ela já foi, e continua sendo, um movimento filosófico altamente influente — e que impactou de modo dramático, ainda que sutil, a sociedade e a política modernas no Ocidente.
A história da Franco-maçonaria preenche, por si só, vastas páginas. A sua gradual transformação de guildas de pedreiros medievais em uma rede de sociedades secretas, com uma filosofia e um rito gnósticos próprios, pode ser lida com grande interesse. A versão mais recente da Franco-maçonaria teve início com a formação da Grande Loja da Inglaterra, em 1717, em um bar chamado Goose & Gridiron, próximo à Catedral londrina de São Paulo Apóstolo. Nos primeiros anos, antes que a Igreja fizesse qualquer pronunciamento formal sobre o assunto, muitos católicos já faziam parte da associação e a "diáspora" dos católicos e jacobitas ingleses foi crucial para espalhar a Franco-maçonaria na Europa continental. Ela chegou a se tornar, em alguns lugares, tão popular entre os católicos que o Rei Francisco I da Áustria serviu de protetor formal da instituição.
Mesmo assim, a Igreja se converteu na maior inimiga das lojas maçônicas. Entre o Papa Clemente XII, em 1738, e a promulgação do primeiro Código de Direito Canônico, em 1917, oito papas ao todo escreveram condenações explícitas à Franco-maçonaria. Todas previam a mais estrita pena eclesiástica para quem se associasse: excomunhão automática reservada à Sé Apostólica.
Mas o que a Igreja entendia, e entende hoje, por Franco-maçonaria? Que características fizeram com que ela merecesse uma tal condenação?
É comum ouvirmos dizer que a Igreja se opôs à Franco-maçonaria por causa do caráter supostamente revolucionário ou sedicioso das lojas. Está relativamente difundida a ideia de que as lojas maçônicas eram células essencialmente políticas para republicanos e outros reformistas, e a Igreja se opunha a elas para defender o velho regime absolutista, ao qual ela estava institucionalmente atrelada. No entanto, embora a sedição política eventualmente se sobressaísse na oposição da Igreja à Maçonaria, essa não era, em hipótese alguma, a razão originária de sua rejeição. O que Clemente XII denunciou originalmente não era uma sociedade republicana revolucionária, mas um grupo que propagava o indiferentismo religioso: a ideia de que todas as religiões (e nenhuma delas) têm igual validade, e que na Maçonaria estão todas unidas para servirem a um entendimento comum e mais elevado da virtude. Os católicos, como membros, deveriam colocar sua adesão à loja acima de sua pertença à Igreja. Em outras palavras, a proibição rigorosa da Igreja devia-se não a motivos políticos, mas ao cuidado com as almas.
Desde o princípio, a preocupação primária da Igreja foi a de que a Maçonaria submete a fé de um católico à da loja, obrigando-o a colocar uma fraternidade secularista fundamental acima da comunhão com a Igreja. A linguagem legal e as penalidades aplicadas nas condenações à Franco-maçonaria eram, na verdade, muito similares àquelas usadas na supressão dos albigenses: a Igreja vê a Franco-maçonaria como uma forma de heresia. Ainda que os próprios ritos maçônicos contenham um material considerável que pode ser chamado de herético — e até de explicitamente anticatólico, em alguns casos —, a Igreja sempre esteve muito mais preocupada com a filosofia geral da Franco-maçonaria do que com a ostentação de seus rituais.
Ao longo dos séculos XVIII e XIX, a Igreja Católica e o seu lugar de privilégio no governo e na sociedade de muitos países europeus tornaram-se objeto de crescente oposição secular e até mesmo de violência. Existem, é verdade, poucas evidências históricas — se é que as há — de que as lojas maçônicas tenham desempenhado um papel ativo no início da Revolução Francesa. De qualquer modo, a causa dos horrores anticlericais e anticatólicos da Revolução pode ser encontrada na mentalidade secularista descrita pelas várias bulas papais que condenam a Maçonaria. As sociedades maçônicas foram condenadas não porque pretendessem ameaçar as autoridades civis e eclesiásticas, mas porque uma tal ameaça, na verdade, constituía a consequência inevitável de sua existência e crescimento. A revolução era o sintoma, não a doença.
A coincidência de interesses entre Igreja e Estado, e o ataque a elas empreendido por sociedades secretas revolucionárias, foram mais claros nos Estados Papais da Península Itálica, onde a Igreja e o Estado eram uma só coisa. Assim que começou o século XIX, ganhou notoriedade uma imitação da Franco-maçonaria, de caráter revolucionário explícito e oposição declarada à Igreja: eles se chamavam de Carbonari ("carbonários", palavra italiana para "carvoeiros") e, em sua campanha por um governo constitucional secular, praticavam tanto o assassinato quanto a insurreição armada contra os vários governos da Península Itálica, sendo identificados como uma ameaça imediata à fé, aos Estados Papais e à própria pessoa do Pontífice Romano.
A ligação entre a ameaça passiva da filosofia secreta maçônica e a conspiração ativa da Carbonária foi explicada na Constituição Apostólica Ecclesiam a Jesu Christo, do Papa Pio VII, promulgada em 1821. Mesmo tratando e condenando a oposição aberta e declarada dos Carbonari à governança temporal dos Estados Papais, ainda assim era claro que a mais grave ameaça colocada por essas células violentamente revolucionárias era a sua filosofia secularista.
Ao longo de todas as várias condenações papais à Franco-maçonaria, mesmo quando as lojas financiavam ativamente campanhas militares contra o papa, como fizeram com a conquista de Garibaldi e a unificação da Itália, o que sempre constituiu a primeira objeção da Igreja à Loja foi a ameaça que ela representava à fé dos católicos e à liberdade da Igreja de agir em sociedade. O fato de os ensinamentos da Igreja serem minados nas lojas, e a sua autoridade em matéria de fé e moral ser questionada, era repetidamente descrito como uma conspiração contra a fé, tanto nos indivíduos quanto em sociedade.
Um cartum de 1891 mostra o Papa Leão XIII combatendo a Maçonaria.
Na encíclica Humanum Genus, o Papa Leão XIII descreveu a agenda maçônica como sendo a exclusão da Igreja da participação em assuntos públicos e a perda gradual de seus direitos como um membro institucional da sociedade. Durante o seu tempo como papa, Leão escreveu um grande número de condenações à Franco-maçonaria, tanto no âmbito pastoral quanto no âmbito legislativo. Ele sublinhou em detalhes o que a Igreja considerava ser a agenda maçônica, agenda esta que, lida com um olhar contemporâneo, ainda é de uma relevância surpreendente.
Ele se referiu especificamente ao objetivo de secularizar o Estado e a sociedade. Ressaltou em particular a exclusão do ensino religioso das escolas públicas e o conceito de que "o Estado, que deve ser absolutamente ateu, tem o inalienável direito e dever de formar o coração e os espíritos de seus cidadãos" ( Dall'Alto dell'Apostolico Seggio, n. 6). Também denunciou abertamente o desejo maçônico de tirar da Igreja qualquer forma de controle ou influência sobre escolas, hospitais, instituições de caridade públicas, universidades e qualquer outra associação que servisse ao bem comum. Também deu um destaque específico ao impulso maçônico de repensar o matrimônio como um mero contrato civil, promover o divórcio e apoiar a legalização do aborto.
É praticamente impossível ler esta agenda e não reconhecer nela a base de quase todo o nosso discurso político contemporâneo. O fato de muitos de nossos principais partidos políticos, se não todos, apoiarem tranquilamente essas ideias, e o próprio conceito de Estado secular e suas consequências sobre a sociedade ocidental, incluindo a pervasiva cultura do divórcio e a disponibilidade quase universal do aborto, tudo isso é uma vitória da agenda maçônica. E isso levanta questões canônicas muito sérias sobre a participação católica no atual processo político secular.
Ao longo de séculos de condenações papais à Franco-maçonaria, era normal que cada papa incluísse nomes de novas sociedades que compartilhavam da filosofia e da agenda maçônicas e que, por isso, também deveriam ser entendidas pelos católicos, nos termos da lei canônica, como "maçônicas". No século XX, isso chegou a incluir partidos políticos e movimentos como o comunismo.
Quando o Código de Direito Canônico foi reformado, após o Vaticano II, o cânon específico que proibia os católicos de aderirem a "seitas maçônicas" foi revisado. No novo código, promulgado em 1983 por São João Paulo II, a menção explícita à Franco-maçonaria foi retirada completamente. O novo cânon 1374 refere-se somente a associações "que maquine[m] contra a Igreja". Muitos entenderam essa mudança como um indicativo de que a Franco-maçonaria não mais era considerada má aos olhos da Igreja. Na verdade, os membros do comitê responsável pela reforma esclareceram que eles queriam se referir não apenas aos franco-maçons, mas a muitas outras organizações; a conspiração da agenda secularista maçônica tinha-se espalhado para tão além das lojas que continuar usando um termo abrangente como "maçônico" seria confuso. O então Cardeal Ratzinger emitiu um esclarecimento da nova lei em 1983, no qual deixou claro que o novo cânon havia sido formulado para encorajar uma interpretação e uma aplicação mais abrangentes.
Dado o entendimento cristalino, no ensinamento da Igreja, do que a conspiração ou a agenda maçônica incluem — a saber, o matrimônio como um mero contrato civil aberto ao divórcio à vontade; o aborto; a exclusão do ensino religioso das escolas públicas; a exclusão da Igreja do provimento de bem-estar social ou do controle de instituições de caridade —, parece-nos impossível não perguntar: quantos de nossos partidos políticos no Ocidente não estariam agora sob a proibição do cânon 1374? A resposta talvez não agrade muito aqueles que querem ver um fim para a chamada "guerra cultural" dentro da Igreja.
Mais recentemente, o Papa Francisco tem falado repetidas vezes de sua grave preocupação com uma infiltração maçônica na Cúria e em outras organizações católicas. Ao mesmo tempo, ele alertou contra a Igreja se tornar uma mera ONG em seus métodos e objetivos — perigo que vem diretamente dessa mentalidade secularista a que a Igreja sempre chamou "filosofia maçônica".
A infiltração maçônica na hierarquia e na Cúria tem sido tratada há muito tempo como uma espécie de versão católica do "bicho-papão" embaixo da cama, ou da paranoia macarthista com infiltrados comunistas. De fato, quando se conversa com pessoas que trabalham no Vaticano, rapidamente se descobre que, para cada dois ou três que riem dessa história, há pelo menos um que deparou diretamente com esse fato. Eu mesmo conheço pelo menos duas pessoas que, durante o tempo em que trabalharam em Roma, foram abordadas para se associarem. O papel das lojas maçônicas como ponto de encontros confidencial para pessoas com ideias e agendas heterodoxas mudou pouco desde a França pré-revolucionária até o Vaticano de hoje. 300 anos após a fundação da primeira Grande Loja Maçônica, o conflito entre a Igreja e a Franco-maçonaria nunca esteve tão vivo.
Fonte: Catholic Herald | Tradução: Equipe CNP
[*] Ed Condon é canonista e escreveu sua dissertação de doutorado sobre a história das sanções legais da Igreja contra os franco-maçons.

sábado, 12 de agosto de 2017

A CARNE DE NADA VALE

     O amigo leitor já deve ter se deparado com uma situação de óbito na família. Nela deve ter percebido que a vida terrena, temporal, finita, está condenada inexoravelmente a uma urna funerária ou à cremação. É a primeira morte que Jesus compara ao grão de semente que tem de "morrer" (ser enterrado) a fim de germinar, transformando-se em nova vida.
      Nesse contexto, que valor poderemos dar às coisas terrenas que perecem e apodrecem? Nenhuma, não é mesmo? Deus é espírito, como tal devemos adorá-lo e viver conforme o espírito. Em sua Carta aos Gálatas, o apóstolo Paulo nos ensina que "os que são de Jesus Cristo crucificaram a carne e com ela suas paixões e seus desejos." (5:24)
Ora, se Jesus enquanto humano tornou-nos um exemplo de conduta terrena, por que não seguimos o exemplo? Rezamos todos os dias? Agradecemos a Deus? Jejuamos? Fugimos de tentações? Procuramos ocupar nosso tempo com a leitura das sagradas escrituras, principalmente os evangelhos?
     Tudo nos convida à reflexão de que a vida eterna não tem preço, é uma dádiva de Deus. Para recebê-la devemos fazer o que estiver ao nosso alcance para viver os mandamentos divinos e praticar a misericórdia para com nossos semelhantes. Façamos tudo o que agrada ao Senhor. Com certeza vamos receber a coroa da vida.

terça-feira, 8 de agosto de 2017

BISPO DE CAICÓ(RN) EMITE NOTA DE ESCLARECIMENTO

    Sua Reverendíssima Dom Antonio Carlos Cruz Santos, bispo da diocese de Caicó (RN), emitiu Nota de Esclarecimento sobre sua polêmica afirmação sobre o tema da homoafetividade. A Nota pode ser visualizada 


    Pela nota deduz-se que Dom Antonio quer justificar sua afirmação de que "ser homoafetivo é um dom de Deus" pelo alto índice de suicídio naquela região. Ou seja, pelo que entendi, a causa de tanto suicídio seria pelo fato da pessoa não poder assumir a sua condição de homossexualidade (ou estou eu equivocado?).
     O restante da sua homilia não merece reparos. Está perfeita. Todavia, esta afirmação  sobre o dom de Deus foi além da doutrina da Igreja e do que pregam as escrituras sagradas.
      O apóstolo Paulo, a quem poderíamos chamar de "Papa de todos os papas" é claro e didático nessa questão. Basta ler 1 Cor 6 (todos os versículos, do 1 ao 20).
Ademais, temos as proibições do AT em Levítico 20:13
      Preguemos o amor e a caridade mas não extrapolemos em nossos conceitos. Ou é meu preconceito, Reverendo? Acho que a emenda (Nota) saiu pior que o soneto (dom). Mamma mia!!!
QUASE SEMPRE ACEITAR A VERDADE DÓI MUITO MENOS, NÃO É MESMO DOM ANTONIO CARLOS CRUZ SANTOS?

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

BISPO DE CAICÓ EXTRAPOLA

Bispo católico ensina que “homossexualismo é dom de Deus”

Dom Antônio Carlos Cruz Santos, do Rio Grande do Norte, subverte a Bíblia em sermão

Por Jarbas Aragão

Bispo católico ensina que "homossexualismo é dom de Deus"
No último domingo (30), o bispo de Caicó, Rio Grande do Norte, Dom Antônio Carlos Cruz Santos, proferiu um sermão que vem causando espanto e indignação dentro de vários segmentos da Igreja Católica.
Abordando o tema da “homoafetivdade”, ele deturpa os ensinamentos tanto da Bíblia quanto do Catecismo da Igreja e afirma: “Na perspectiva da fé quando a gente olha pra homossexualidade, a gente não pode dizer que é opção. Opção é uma coisa que livremente você escolhe e orientação ninguém escolhe… Escolha vai ser a maneira como você vai viver a sua orientação… Se não é escolha, se não é doença, na perspectiva da fé, só pode ser um dom. É dado por Deus. Dom é isso: é dado por Deus”.
Aos fieis, ele diz que as pessoas que não conseguem ver isso precisam se livrar de seus preconceitos. Repetindo um discurso cada vez mais comum nos movimentos de esquerda, ele pede que se vença esse preconceito contra as pessoas de “orientação homoafetiva” tal como se superou o existente contra os negros no período da escravidão.

  Programa que ensina a Bíblia vira febre na Internet


Dizendo que “todos são formados à imagem e semelhança de Deus”, insistiu que essas pessoas deveriam ser acolhidas de braços abertos pela igreja.
Após dar sua opinião sobre o assunto, o bispo usou trechos do Catecismo da Igreja Católica para justificar sua opinião e também declarações do Papa Francisco sobre o tema.
Em momento algum ele citou o que a Bíblia fala sobre o assunto. Pedindo que os católicos demonstram misericórdia de acolhimento, ignorou o que a Igreja normalmente ensina sobre o assunto. Os parágrafos 2357-2359 afirmam: “As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Quem tem tendência homossexual deve, pois, seguir o ensinamento de Cristo a todos: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me” (Lc 9, 23). Só abraçando a Cruz e entregando-se por amor a Cristo, é possível caminhar para a ressurreição”.
A declaração do bispo tem gerado grande polêmica nas redes sociais. Já existe, inclusive, uma campanha no Facebook para que os internautas denunciem o bispo à Nunciatura Apostólica do Brasil.
Via Gospel Prime - Para ver na fonte clique neste link

Nota do Blog: O Blog está de acordo com a maior parte do sermão do bispo Antonio, porém, considera uma blasfêmia dizer que o homossexualismo é dom de Deus. (No vídeo, a afirmação se encontra a partir do minuto 6 até o minuto 7). A meu juízo, este prelado deveria ser impedido (pelo Papa) de falar em nome da Igreja (Excomunhão). Jesus nos diz em Mateus 19:12 "Há eunucos que nasceram assim, e há eunucos que pelos homens foram feitos tais; e outros há que a si mesmos se fizeram eunucos por causa do reino dos céus. Quem for capaz de compreendê-lo, compreenda-o."
Em 1 Coríntios 6:9 "Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: Nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os fornicadores, nem os efeminados (em outra tradução: Nem os que se entregam a práticas homossexuais de qualquer espécie), herdarão o reino de Deus..."
Ora, a palavra de Deus nos diz que o pecado está na prática, no abuso, não na condição. O sexo é maravilhoso, foi criado por Deus mas somente para o matrimônio e para perpetuação da espécie humana. Deus não criou o sexo para todas as aberrações que conhecemos. Isso foi obra do maligno, da serpete primitiva. Deus criou homem e mulher e somente o gênero masculino e feminino. Tudo o que vai além disso, vem do maligno.
DELENDA CARTHAGO: ACOLHER O PECADOR SEMPRE; AFASTAR INCONTINENTI O PECADO.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

CRISTO NOS ALERTOU SOBRE A PEDOFILIA

Cardeal George Pell: quem é o número 3 do Vaticano indiciado na Austrália por abusos sexuais

Australian Cardinal George Pell looks on as he makes a statement at the Holy See Press Office, Vatican city on June 29, 2017Direito de imagemAFP
O tesoureiro do Vaticano, cardeal George Pell, negou veementemente ter cometido qualquer crime após ser indiciado por crimes sexuais na Austrália, seu país natal.
Ele diz ter sido vítima de um "implacável assassinato de caráter" durante uma investigação de dois anos sobre "acusações falsas".
Segundo ele, o papa lhe concedeu uma licença para rebater as acusações.
De acordo com o vice-comissionário da polícia do Estado de Victoria, Shane Patton, as acusações foram feitas por várias pessoas e são ligadas a incidentes ocorridos em vários momentos do passado.
O cardeal Pell, de 76 anos e que mora no Vaticano, é considerado o "número três" da Santa Sé.
"Eu não vejo a hora de finalmente ir à julgamento. Sou inocente dessas acusações, elas são falsas. A ideia de abuso sexual é abominável para mim".
A Igreja Católica tem enfrentado, há anos, acusações de que vários de seus sacerdotes cometeram abuso sexual em vários países - e que muitos casos teriam sido acobertados.
O correspondente da BBC em Roma James Reynolds diz que o indiciamento deixa a igreja e o papa em uma posição desconfortável.
Depois de ser eleito em 2013, o papa Francisco criou uma comissão para lidar com acusações de abuso sexual contra clérigos. Agora, ele vê um de seus assessores mais próximos enfrentando essas mesmas acusações.

Quais são as acusações?

"O cardeal Pell está enfrentando uma série de acusações e há muitos denunciantes", disse o vice-comissionário Patton. Mas os detalhes das acusações não foram revelados.
A polícia de Victoria disse que tomou a decisão de indiciar o cardeal após consultar promotores no mês passado.
De acordo com Patton, "os processos e procedimentos" não foram diferentes de qualquer outra investigação. "O cardeal Pell foi tratado da mesma forma que qualquer outra pessoa nesta investigação", disse.
As acusações foram entregues aos representantes legais do cardeal em Melbourne nesta quinta-feira.
O cardeal terá de comparecer à corte de Melbourne em 18 de julho, segundo Patton.
Um juiz decidirá na próxima semana se divulgará detalhes e a natureza das acusações antes de Pell comparecer à Justiça.

Quem é o cardeal Pell?

Cardeal Pell na cerimônia de Páscoa do VaticanoDireito de imagemREUTERS
Image captionO cardeal Pell negou ter feito qualquer mal
O cardeal Pell se apresenta como um forte apoiador dos valores tradicionais católicos, adotando uma posição conservadora em relação a casamento gay e contracepção, além de defender o celibato dos padres.
Mas sua carreira foi abalada primeiro por acusações de ter acobertado casos de abuso sexual por padres e depois de ter cometido abusos. Pell sempre negou com firmeza ter feito qualquer mal.
Em 2014, Pell foi chamado a Roma para se tornar o chefe das finanças do Vaticano, uma posição nova criada pelo papa Francisco em meio a vários escândalos no Banco do Vaticano - acusado de lavagem de dinheiro e de desvios na gestão de contas.
Mas Pell deixou para trás na Austrália uma onde de indignação com revelações de casos de abuso de menores por clérigos católicos.
O cardeal foi acusado diversas vezes de ter acobertado abusos, de ser "arrogante" e "distante".
Ele teria transferido um padre notoriamente pedófilo - Gerald Ridsdale - a diferentes paróquias em vez de denunciá-lo, além de tentar subornar uma das vítimas para ficar em silêncio.
Ele negou as acusações, mas admitiu que poderia ter feito mais para investigar queixas de abuso.
Em 2016, a rede de TV Australian Broadcasting Corp (ABC) colocou no ar denúncias de dois homens que diziam ter sido tocados inapropriadamente pelo cardeal nos anos 1970. Ele negou vigorosamente as denúncias e as descreveu como uma "campanha escandalosa para manchar sua reputação".

Efeitos - Por Hywel Griffith, correspondente da BBC na Austrália

O cardeal Pell não é apenas o mais alto clérigo da Austrália como também é uma das mais altas autoridades do mundo católico.
Durante duas décadas, ele esteve na linha de frente de debates da igreja sobre assuntos controversos como homossexualidade, Aids e pesquisa com células-tronco.
Ele também era o responsável por respostas oficiais da igreja às alegações de abuso sexual entre autoridades católicas australianas durante uma série de inquéritos.
Quando prestou depoimento por vídeo a uma comissão na Austrália sobre o assunto no ano passado, alguns sobreviventes de abuso viajaram até Roma para assisti-lo.
Portanto, é difícil exagerar a importância da decisão de indiciá-lo.
Quando comparecer perante a Justiça na Austrália, cada segundo será escrutinizado não apenas pela imprensa australiana, mas por membros de congregações católicas de várias partes do mundo.