"Quem recebe aquele que eu enviar, me recebe a mim"
Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus lhes disse:
16 “Em verdade, em verdade vos digo: o servo não está acima do seu senhor e o mensageiro não é maior que aquele que o enviou.
17 Se sabeis isto, e o puserdes em prática, sereis felizes.
18 Eu não falo de vós todos. Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se realize o que está na Escritura: ‘Aquele que come o meu pão levantou contra mim o calcanhar’.
19 Desde agora vos digo isto, antes de acontecer, a fim de que, quando acontecer, creiais que eu sou.
20 Em verdade, em verdade vos digo, quem recebe aquele que eu enviar, recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”.
11 Eu sou o bom pastor.
O bom pastor dá a vida por suas ovelhas.
12 O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa.
Pois ele é apenas um mercenário e não se importa com as ovelhas.
14 Eu sou o bom pastor.
Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem,
15 assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai.
Eu dou minha vida pelas ovelhas.
16 Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil:
também a elas devo conduzir;
escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor.
17 É por isso que o Pai me ama, porque dou a minha vida, para depois recebê-la novamente.
18 Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo;
tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la novamente;
esta é a ordem que recebi do meu Pai'.
"A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida."
Naquele tempo,
52 os judeus discutiam entre si, dizendo: “Como é que ele pode dar a sua carne a comer?”
53 Então Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós.
54 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.
55 Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida.
56 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.
57 Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim.
58 Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre”.
59 Assim falou Jesus, ensinando na sinagoga em Cafarnaum.
"Não foi Moisés, mas meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão do céu"
Naquele tempo, a multidão perguntou a Jesus:
30 “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obras fazes?
31 Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: ‘Pão do céu deu-lhes a comer’”.
32 Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu.
33 Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”.
34 Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”.
35 Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.
"Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna."
Depois que Jesus saciara os cinco mil homens, seus discípulos o viram andando sobre o mar.
22 No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar constatou que havia só uma barca e que Jesus não tinha subido para ela com os discípulos, mas que eles tinham partido sozinhos.
23 Entretanto, tinham chegado outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças.
24 Quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum.
25 Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?”
26 Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos.
27 Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”.
28 Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?”
29 Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.
"Assim está escrito: o Messias sofrerá e ressuscitará dos mortos no terceiro dia"
Naquele tempo,
35 os discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.
36 Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!”
37 Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma.
38 Mas Jesus disse: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração?
39 Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”.
40 E dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés.
41 Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?”
42 Deram-lhe um pedaço de peixe assado.
43 Ele o tomou e comeu diante deles.
44 Depois disse-lhes: “São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”.
45 Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras,
46 e lhes disse: “Assim está escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia
47 e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.
16 Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar.
17 Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles.
18 Soprava um vento forte e o mar estava agitado.
19 Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros, quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo.
20 Mas Jesus disse: “Sou eu. Não tenhais medo”.
21 Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo.
"Distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam."
Naquele tempo,
1 Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades.
2 Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes.
3 Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com os seus discípulos.
4 Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.
5 Levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?”
6 Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer.
7 Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”.
8 Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse:
9 “Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?”
10 Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens.
11 Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes.
12 Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!”
13 Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido.
14 Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”.
15 Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.
31 “Aquele que vem do alto está acima de todos. O que é da terra, pertence à terra e fala das coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos.
32 Dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho.
33 Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro.
34 De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá o espírito sem medida.
35 O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão.
36 Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele”.
"Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem."
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos:
7b “Vós deveis nascer do alto.
8 O vento sopra onde quer e tu podes ouvir o seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece a todo aquele que nasceu do Espírito”.
9 Nicodemos perguntou: “Como é que isso pode acontecer?”
10 Respondeu-lhe Jesus: “Tu és mestre em Israel, mas não sabes estas coisas?
11 Em verdade, em verdade, te digo, nós falamos daquilo que sabemos e damos testemunho daquilo que temos visto, mas vós não aceitais o nosso testemunho.
12 Se não acreditais, quando vos falo das coisas da terra, como acreditareis se vos falar das coisas do céu?
13 E ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem.
14 Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado,
15 para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna”.
"Se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus."
1 Havia um chefe judaico, membro do grupo dos fariseus, chamado Nicodemos,
2 que foi ter com Jesus, de noite, e lhe disse: “Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus. De fato, ninguém pode realizar os sinais que tu fazes, a não ser que Deus esteja com ele”.
3 Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, te digo, se alguém não nasce do alto, não pode ver o Reino de Deus”.
4 Nicodemos disse: “Como é que alguém pode nascer, se já é velho? Poderá entrar outra vez no ventre de sua mãe?”
5 Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, te digo, se alguém não nasce da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus.
6 Quem nasce da carne é carne; quem nasce do Espírito é espírito.
7 Não te admires por eu haver dito: Vós deveis nascer do alto.
8 O vento sopra onde quer e tu podes ouvir o seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece a todo aquele que nasceu do Espírito”.
19 Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”.
20 Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.
21 Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”.
22 E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo.
23 A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos”.
24 Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio.
25 Os outros discípulos contaram-lhe depois: “Vimos o Senhor!” Mas Tomé disse-lhes: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei”.
26 Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”.
27 Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”.
28 Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!”
29 Jesus lhe disse: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”
30 Jesus realizou muitos outros sinais diante dos discípulos, que não estão escritos neste livro.
31 Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e, para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.
9 Depois de ressuscitar, na madrugada do primeiro dia após o sábado, Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual havia expulsado sete demônios.
10 Ela foi anunciar isso aos seguidores de Jesus, que estavam de luto e chorando.
11 Quando ouviram que ele estava vivo e fora visto por ela, não quiseram acreditar.
12 Em seguida, Jesus apareceu a dois deles, com outra aparência, enquanto estavam indo para o campo.
13 Eles também voltaram e anunciaram isso aos outros. Também a estes não deram crédito.
14 Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos enquanto estavam comendo, repreendeu-os por causa da falta de fé e pela dureza de coração, porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado.
15 E disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!”
"Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe."
Naquele tempo,
1 Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim:
2 Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus.
3 Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Também vamos contigo”. Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite.
4 Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus.
5 Então Jesus disse: “Moços, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”.
6 Jesus disse-lhes: “Lançai a rede à direita da barca, e achareis”. Lançaram pois a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes.
7 Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar.
8 Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros.
9 Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão.
10 Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”.
11 Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu.
12 Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor.
13 Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe.
14 Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.
"Assim está escrito: o Messias sofrerá e ressuscitará dos mortos no terceiro dia"
Naquele tempo,
35 os discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.
36 Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!”
37 Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma.
38 Mas Jesus disse: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração?
39 Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”.
40 E dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés.
41 Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?”
42 Deram-lhe um pedaço de peixe assado.
43 Ele o tomou e comeu diante deles.
44 Depois disse-lhes: “São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”.
45 Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras,
46 e lhes disse: “Assim está escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia
47 e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.
13 Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém.
14 Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido.
15 Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles.
16 Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram.
17 Então Jesus perguntou: “Que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste,
18 e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?”
19 Ele perguntou: “Que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo.
20 Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram.
21 Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram!
22 É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo
23 e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo.
24 Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”.
25 Então Jesus lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram!
26 Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?”
27 E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele.
28 Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante.
29 Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Jesus entrou para ficar com eles.
30 Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía.
31 Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles.
32 Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?”
33 Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros.
34 E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!”
35 Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.
11 Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo.
12 Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.
13 Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”.
14 Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus.
15 Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”.
16 Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabuni” (que quer dizer: Mestre).
17 Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”.
18 Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!”, e contou o que Jesus lhe tinha dito.
1 No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo.
2 Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”.
3 Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo.
4 Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo.
5 Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou.
6 Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão
7 e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte.
8 Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou.
9 De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.
"Jesus de Nazaré, que foi crucificado, ressuscitou."
1 Quando passou o sábado, Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago, e Salomé, compraram perfumes para ungir o corpo de Jesus.
2 E bem cedo, no primeiro dia da semana, ao nascer do sol, elas foram ao túmulo.
3 E diziam entre si: “Quem rolará para nós a pedra da entrada do túmulo?”
4 Era uma pedra muito grande. Mas, quando olharam, viram que a pedra já tinha sido retirada.
5 Entraram, então, no túmulo e viram um jovem, sentado ao lado direito, vestido de branco.
6 Mas o jovem lhes disse: “Não vos assusteis! Vós procurais Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele ressuscitou. Não está aqui.
7 Vede o lugar onde o puseram. Ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele irá à vossa frente, na Galileia. Lá vós o vereis, como ele mesmo tinha dito”.
O meu melhor amigo morreu numa tarde triste de sexta-feira. O sol ainda era quente e o calor era intenso. Morreu de um jeito cruel. Vítima de um sistema político e religioso que não sabia entender que Deus prefere os miseráveis. Morreu porque amou demais; morreu porque não sabia mentir. O meu melhor amigo não sabia ser indiferente. Viveu o tempo todo recolhendo os que estavam caídos e desacreditados. Ele foi um ser humano inesquecível. Entrava em lugares proibidos e dormia na casa de pessoas abomináveis. Trocou santos por Zaqueu, doutores por Mateus. Não se preocupava com o que os outros estavam achando dele, mas ocupava-se de sua vida como se cada instante vivido fosse o último. Meu melhor amigo tinha o poder de ser irreverente. Ele olhava nos olhos dos fracassados e lhes restituía a coragem perdida. Segurava nas mãos dos cansados e os convencia que ainda lhes restavam forças para chegar. O meu melhor amigo era desconcertante. Tinha o dom de confundir os sábios e encantar os simples. Eu, certa vez, também me encantei com ele. Chegou num dia em que eu não sei dizer qual foi. Chegou numa hora em que não sei precisar. Sei que chegou, sei que veio. Entrou pela porta da minha vida e nunca mais o deixei sair. Somos íntimos. Minha fala está presa à dele. Eu o admiro tanto que acabo tendo a pretensão de querer ser como ele. Já me peguei cantando para ele os versos de Tom Jobim: “Não há você sem mim e eu não existo sem você!” Ele sorri quando eu canto. Meu melhor amigo me ensina a ser humano. Ele me ensina que a vida é uma orquestra linda, mas dói. Ele me ensina a apreciar os acordes tristes... e aí dói menos. A beleza distrai a tristeza. Foi assim que eu assisti à sua morte na Sexta-feira Santa. Eu sabia que era passageira. Era apenas um interlúdio feito de acordes menores, dilacerantes de tão tristes. Meu amigo não sabe ser morto. Ele gosta é de ser vivo, vivente! E é assim que eu entendo a dinâmica da Ressurreição. Quando digo: “Ele está no meio de nós!” eu estou convidando o meu amigo a ser vivo através de mim. Quem ama, de verdade, leva sempre a criatura amada por onde vai. E é assim que o amor vai se tornando concreto no meio de nós. É assim que a vida vai ficando eterna... e a gente vai ressuscitando aos poucos... Hoje, eu acordei mais feliz. Nada de especial me aconteceu. Apenas me recordei de que meu melhor amigo ainda acredita em mim, apesar de tudo. Eu sou um legítimo representante de sua ressurreição no mundo. Não posso me esquecer disso. As pessoas olham para mim... eu espero que elas não me vejam... eu espero que vejam o meu melhor amigo, em mim.
1 Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.
2 Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus.
3 Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava,
4 levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura.
5 Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido.
6 Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu me lavas os pés?”
7 Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”.
8 Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!” Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”.
9 Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”.
10 Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”.
11 Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”.
12 Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer?
13 Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou.
14 Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros.
15 Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”.
"O Filho do Homem vai morrer,conforme diz a Escritura a respeito dele. Contudo, ai daquele que o trair."
Naquele tempo,
14 um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes
15 e disse: “Que me dareis se vos entregar Jesus?” Combinaram, então, trinta moedas de prata.
16 E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus.
17 No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?”
18 Jesus respondeu: “Ide à cidade, procurai certo homem e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo, vou celebrar a Páscoa em tua casa, junto com meus discípulos’”.
19 Os discípulos fizeram como Jesus mandou e prepararam a Páscoa.
20 Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa com os doze discípulos.
21 Enquanto comiam, Jesus disse: “Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair”.
22 Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a lhe perguntar: “Senhor, será que sou eu?”
23 Jesus respondeu: “Quem vai me trair é aquele que comigo põe a mão no prato.
24 O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura a respeito dele. Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que nunca tivesse nascido!”
25 Então Judas, o traidor, perguntou: “Mestre, serei eu?” Jesus lhe respondeu: “Tu o dizes”.
"Um de vós me entregará... O galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes."
Naquele tempo, estando à mesa com seus discípulos,
21 Jesus ficou profundamente comovido e testemunhou: “Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará”.
22 Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem Jesus estava falando.
23 Um deles, a quem Jesus amava, estava recostado ao lado de Jesus.
24 Simão Pedro fez-lhe um sinal para que ele procurasse saber de quem Jesus estava falando.
25 Então, o discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: “Senhor, quem é?”
26 Jesus respondeu: “É aquele a quem eu der o pedaço de pão passado no molho”. Então Jesus molhou um pedaço de pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes.
27 Depois do pedaço de pão, Satanás entrou em Judas. Então Jesus lhe disse: “O que tens a fazer, executa-o depressa”.
28 Nenhum dos presentes compreendeu por que Jesus lhe disse isso.
29 Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus lhe queria dizer: ‘Compra o que precisamos para a festa’, ou que desse alguma coisa aos pobres.
30 Depois de receber o pedaço de pão, Judas saiu imediatamente. Era noite.
31 Depois que Judas saiu, disse Jesus: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele.
32 Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo.
33 Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo, como eu disse também aos judeus: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir’”.
36 Simão Pedro perguntou: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu-lhe: “Para onde eu vou, tu não me podes seguir agora, mas seguirás mais tarde”.
37 Pedro disse: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei a minha vida por ti!”
38 Respondeu Jesus: “Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes”.
1 Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi para Betânia, onde morava Lázaro, que ele havia ressuscitado dos mortos.
2 Ali ofereceram a Jesus um jantar; Marta servia e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele.
3 Maria, tomando quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo.
4 Então, falou Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de entregar:
5 'Por que não se vendeu este perfume por trezentas moedas de prata, para as dar aos pobres?'
6 Judas falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão; ele tomava conta da bolsa comum e roubava o que se depositava nela.
7 Jesus, porém, disse: 'Deixa-a; ela fez isto em vista do dia de minha sepultura.
8 Pobres, sempre os tereis convosco, enquanto a mim, nem sempre me tereis.'
9 Muitos judeus, tendo sabido que Jesus estava em Betânia, foram para lá, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Jesus havia ressuscitado dos mortos.
10 Então, os sumos sacerdotes decidiram matar também Lázaro,
11 porque, por causa dele, muitos deixavam os judeus e acreditavam em Jesus.